sexta-feira, 6 de maio de 2016

Um pequeno balanço apaixonado e de luta dos 11 anos na FENAJUFE




Balanço na FENAJUFE


Como começar e como terminar o relato de 11 anos?
Difícil, pois foram 11 anos dentro de outros 32. Depois eu explico.
No último dia do 9º CONGREJUFE falei para alguém que não é possível fazer luta de verdade sem paixão. Assim vivo, cada minuto, sempre com paixão. E os 11 anos na FENAJUFE foram de muita paixão por tudo que fiz e que não fiz.
Tentarei não dizer o nome de ninguém pois seria injusto com as milhares de pessoas que passaram pela minha jornada nestes 11 anos.
Tudo começou em 2004 quando fui eleito suplente e o titular renunciou. Em 2005 assumi a titularidade na FENAJUFE.
Inicialmente, fui eleito por uma chapa composta de diversos grupos chamada de “Fenajufe Independente”e logo depois me aproximei do LUTA FENAJUFE, onde tenho orgulho de militar até hoje.
E para fazer justiça: teve vários companheiros e companheiras que fizeram muito mais que eu. Dentro do LUTA FENAJUFE dedicamos nossas vidas, nossos finais de semana, nossas férias, nosso lazer e até parte da vida de nossas famílias. Ser do LUTA FENAJUFE é um ônus e não um bônus.
Foram finais de semanas sequenciais viajando para ajudar as oposições nos Estados, ajudar as novas diretorias a se organizarem nas crises, reuniões da diretoria executiva em Brasília, Ampliadas, Plenárias, Congressos, Movilizações, Greves, Atos.
A FENAJUFE sempre esteve em boas mãos. As mãos das Trabalhadoras e Trabalhadores que são funcionárias(os) na FENAJUFE. São eles que fazem a roda girar, que deixam tudo pronto para que os coordenadores possam atuar. Vai rolar muitas saudades de todos vocês.
Sempre fui adepto de que coordenadores tenham, no máximo, dois mandatos consecutivos. Quando chegou a possibilidade de 3º mandato não queria, mas o LUTA FENAJUFE me convocou. Tinha pessoas novas e seriam necessárias outras pessoas com mais experiência. Como soldado aceitei. No último congresso, não fui candidato (apenas constou o meu nome na chapa). Minha jornada já havia se esgotado enquanto coordenador na FENAJUFE.
Saio como entrei, só que com menos cabelo e os poucos que sobraram quase todos brancos. Lutei muito, mas outros lutaram mais. Do começo ao fim, junto com os amigos e amigas do LUTA FENAJUFE fizemos uma luta sem trégua ao peleguismo, ao governismo e ao oportunismo.
Saio sem nenhum inimigo. Saio sem ódio, sem mágoas, sem sentimento de vingança. Sei que minhas palavras são fortes e, geralmente, irônicas e às vezes ácidas, e provocaram vários tipos de sentimentos. Mas faz parte da luta.
Voltando ao início. São 11 anos de FENAJUFE dentro de outros 32 de militância na vida sindical e nos Movimentos Sociais. Comecei no distante 1984 em Guiratinga - MT, e em 1985 fundamos o Sindicato dos Professores (que na época era proibido Sindicato para Servidores Públicos) e nunca mais parei. Minha convicção socialista nunca me abandonou e só aprofundou em todos estes anos e encontrei no LUTA FENAJUFE pessoas dispostas a mudar a nossa Categoria e o mundo.
Em 11 anos de FENAJUFE nunca tive liberação para mandado classista pela FENAJUFE, exceto em 3 meses quando assumi a Coordenação Geral da FENAJUFE.
Desde o início do ano estou na base cumprindo mandados judiciais como Oficial de Justiça Federal, sendo coordenador da FENAJUFE e diretor no SINDIJUFE-MT.
Nunca me arrependi de nada. Sempre fiz tudo com paixão. Não faço nada que sem paixão, porque passa a ser obrigação, e na FENAJUFE fiz exatamente isto. Construí muitas amizades e algumas adversidades.
O resultado é animador. Com o LUTA FENAJUFE à frente desfiliamos a FENAJUFE da CUT há 3 anos.
Desfiliamos a CUT de todos os Sindicatos no judiciário federal (os últimos que cairão serão o SINDIQUINZE de Campinas nesta semana e o SISEJUFE nos próximos dias).
Devolvemos mais de uma dezena de Sindicatos no judiciário federal para os legítimos donos, os Sindicalizados, tirando os governistas das direções.
No penúltimo Congresso, a Oposição Nacional empatou com os governistas. No último Congresso os governistas são minoria.
Agora serão outros desafios para a FENAJUFE. Os desafios não param para uma Categoria que sofre com cerca de 70% de perda salarial para a inflação oficial.
Mas tive orgulho de participar e ajudar em dezenas de Greves, Lutas e todo tipo de Mobilização.
As Greves de 2006, 2009, 2010, 2011, 2012 e até chegar na última do ano passado que foi a maior greve da nossa Categoria e que, pela primeira vez, teve 26 Estados e o DF na Greve.
Orgulho de participar da Greve mais longa da Classe Trabalhadora no Brasil realizada pelas Trabalhadoras e Trabalhadores na base do SINDIJUFE-MT que durou inacreditáveis sete meses e meio (223 dias) contínuos e com corte de ponto.
No último ano, as Caravanas para Brasília, o trabalho dentro do Congresso, a aprovação na Câmara, no Senado e o veto. A tentativa de derrubada do veto, que teve mortes na Categoria durante a guerra. Sangue dos nossos que escoou no Planalto Central. Choro, muito choro.
Durante estes 11 anos também chorei muito, em diversas ocasiões. Muitas vezes pensei em desistir e ir cuidar das flores do meu jardim, mas nunca desisti, quando via tanta gente sempre lutando, varando madrugadas sem dormir.
Todo militante deixa uma parte da vida que doa para outros. São todos sangue “0” negativo: são doadores universais. E dificilmente acham doadores para si.
Um agradecimento especial à minha companheira que aguentou 11 anos de um cigano inveterado e meus filhos a quem subtrai a minha presença em tantos finais de semana.
E aos que lutam sempre, na chuva e no sol, tiro o meu chapéu. Vocês me enchem de orgulho.
Muita coisa fica para trás na vida de um militante. Mas o sonho e a utopia é maior que qualquer coisa que fica para trás.
De tudo, levo só coisas boas. E a melhor coisa são as amizades que adquiri na luta.
O texto ficou meloso, mas não queria que ficasse diferente, porque sou chorão e humano.
Estarei junto ao LUTA FENAJUFE para ajudar a Categoria no que for preciso.
Continuo na luta. A luta continua, companheiros.
Trabalhadores, uni-vos! ou seremos sempre derrotados.
Nos encontraremos nas esquinas da luta.
Pedro Aparecido

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