terça-feira, 2 de setembro de 2014
Projetos são só projetos
A partir de agora os Trabalhadores (as) do judiciário federal tem dois projetos de reajuste: PL 6613/2009 e 7920/2014.
No mpu também tem três projetos de reajuste: 6697/2009, 7919/2014 e mais um com modelo remuneratório de subsídio, o 2199/ 2011.
Projetos para todos os gostos. Logo teremos um de GD - Gratificação de Desempenho, outro de Carreira em Y, outro de Gratificação de Representação e outro no modelo PQP - Parcela Quântica Própria.
Analisemos o impacto financeiro. Se o problema é modelo remuneratório, o mpu tem um, via subsídio, que está dormindo na câmara dos deputados desde 2011.
Portanto, o problema não é modelo remuneratório.
Tanto que não é impeditivo para reajuste que o último reajuste para o judiciário federal e mpu foi baseado exclusivamente na GAJ e GAMPU, respectivamente.
Poderia se dizer que o reajuste não vem porque o número de Trabalhadores (as) no judiciário federal é enorme. E é: cerca de 130.000.
Mas também é falsa esta premissa. No mpu são menos de 15.000 Trabalhadores (as).
Talvez seja o impacto num único ano do orçamento.
Será?
No PL 2199/2011 veio parcelado em quatro vezes. E ele é de 2011. Já estaria integralizado. O parcelamento já foi proposto oficialmente num projeto para o mpu em forma de subsídio, o que poderia, a longo prazo trazer redução de custos.
Os últimos projetos 7919 e 7920 são parcelados em carnê de seis parcelas.
O problema é outro. Temos que aprender com a vida. Projetos são projetos.
Nenhum projeto se transforma em algo concreto sem ação, sem ralação, sem doação, sem paixão, sem riscos, sem suor, sem luta.
Temos que desfazer alguns mitos. Um dia na vida descobrimos que mula sem cabeça e lobisomem não existem. Alguns vão mais fundo e descobrem que deuses não existem.
Passou da hora de termos uma conversa com a razão e a lógica na nossa Categoria:
1) Projeto não é sinônimo de reajuste.
2) O governo se lixa para o que o judiciário federal e mpu vão fazer com os valores do reajuste.
3) Juiz, por mais amigo que seja, é seu patrão.
4) Associações nacionais de juízes e procuradores fizeram a FRENTAS e lutaram e lutam contra o seu reajuste de salário.
5) Presidente do STF não é seu avô que te leva para tomar sorvete e comprar pirulito.
6) Acordo não sai sem pressão e Greve.
7) Presidentes de Tribunais são juízes e não Servidores.
8) A função comissionada é a venda da sua alma.
9) As metas são muito boas para quem se beneficia delas e não para quem as cumpre.
10) Temos vários patrões e capatazes: chefinho com FC, CJs, diretores, juízes, presidentes de tribunais, presidente do stf, presidente da república, câmara dos deputados, senado e tcu. No caso do mpu, os equivalentes.
11) Cada centavo que ganhei em 30 anos como Trabalhador no Serviço Público foi arrancado com Greve. Como professor e no judiciário. No judiciário só para lembrar: 1996, 2002, 2004, 2006 e 2012.
12) Carreiras do tcu, câmara dos deputados e senado só devem servir como referência de valores salariais e não de luta. São redomas. Não precisam de Greve para reajuste de salário. E lá não cabe todo mundo que está fazendo concurso para entrar no éden.
O quero dizer é que conquistas são conquistas. Não são presentes.
Projetos são projetos.
Somos cerca de 100.000 na ativa no judiciário federal.
Quantos estão em Greve?
E se tivéssemos 80.000 em Greve? Aumentaria nossas possibilidades de reajuste?
Projetos são projetos.
Somos Trabalhadores e Trabalhadoras.
Nada mais.
Não podemos ser projeto.
Não podemos ficar nas mãos dos patrões e capatazes.
Um dia seremos livres. Até lá, a ordem é resistir e ir para a Greve.
Ou então continue como projeto e faça um favor: pare de reclamar: Em Mato Grosso, o patrão, presidente do trt-23 cortou o ponto dos Grevistas e eles estão sem salários desde o dia 18 de agosto de 2014.
E você aí, se orgulhando de nunca ter entrado em Greve com seus mil e um motivos relevantes.
Ainda dá tempo de largar de ser um projeto de vida e viver.
Pedro Aparecido de Souza
02 de setembro de 2014
Blog do Pedro Aparecido :
www.pedroaparecido.com.br
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