sábado, 8 de março de 2014

Para onde vai o MST?




O MST nasceu em 1984 no sul do Brasil e, em Mato Grosso no ano de 1985 em Pedra Preta. Neste ano (1985) eu entrei no PT. Nesta época eu morava ali pertinho, em Guiratinga. Logo depois veio o primeiro assentamento em 1986.
É o maior Movimento da América Latina.
Mas veja bem. Em todas as eleições, desde 2002, a direção do MST tem dado apoio ao governo capitalista do PT que apóia o agro latifúndio e os banqueiros.
E em  troca, segundo números do próprio MST, Lula e Dilma fizeram menos reforma agrária que o FHC.
O ídolo de Lula, segundo ele, são os usineiros.

Dilma abraça e é aplaudida de pé por Kátia Abreu da UDR, na cidade de Lucas do Rio Verde - MT em 11 de fevereiro de 2014, e é aplaudida de pelo maior produtor de soja do mundo (Eraí Maggi), pelo dono da maior empresa produtora se soja do mundo (Blairo Maggi), pelo dono da Globo de MT  e MS (Eduardo Zahran) e pelo segundo político mais rico de MT (Otaviano Pivetta) e aplaudida por quem disse em 2009 sobre o MST que "Por mim, o governo tinha que sentar a borracha neste povo " (Silval Barbosa, governador de Mato Grosso).
Lula escolheu Furlan, o dono da Sadia para ser Ministro da Agricultura.
Mas o fundo do poço veio quando Lula nomeou para Ministro da Agricultura uma figura da ditadura militar, Reinhold Stephanes. Reinhold era da ARENA, depois PDS  e depois PFL. Foi Ministro de Collor e Ministro de FHC. Homem de confiança de Ernesto Geisel.
O MST tem valorosos companheiros e companheiras em seus quadros. Os acampados e assentados sofrem nas mãos do capital e nas mãos de governos sucessivos que não alavancam a Reforma Agrária.
Milhares de acampados, durante décadas, vivem ou viveram em barracos de lona preta na beira de estradas, acompanhados de um sofrimento que só os insensíveis não reconhecem.
Milhares morreram e morrem no campo na defesa da Reforma Agrária.
Muito sangue dos trabalhadores e trabalhadoras do campo já escorreu pelos campos assim como escorrem o veneno do agrotóxico lançado pelos latifundiários.
É necessário que os companheiros e companheiras da direção abandonem o apoio ao governo capitalista do PT que enviou o ano passado mais de 600 bilhões de reais para a dívida pública e que chamou um membro do PSDB para dirigir o Banco Central.
Declarações como a dada pelo companheiro Pedro Stedile que o povo só deve protestar depois que acabar a Copa de 2014 chega a doer os ouvidos. Ouvir isto de Pelé, garoto propaganda da ditadura de 1964/1985 e defensor da FIFA e do capitalismo é compreensível.  Já ouvir isto da maior liderança do MST não dá para compreender, a não ser que seja para blindar e brindar o governo capitalista de Dilma.
Os garis do Rio de Janeiro nos deram a pista com a vitória através da luta em pleno carnaval.
O MST nasceu socialista e revolucionário. Jamais podemos esquecer deste detalhe.
Vida longa ao MST! E um abril vermelho de lutas e ocupações!

Pedro Aparecido de Souza

08.03.2014


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