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JOANICE DE DEUS
Da Reportagem
Com as atividades paralisadas, policiais federais (PFs) de Mato Grosso utilizaram uma carroça equipada com um giroflex e uma lamparina para exemplificar, segundo eles, como será o modelo de segurança pública exigido pela Federação Internacional de Futebol (Fifa) durante os jogos da Copa do Mundo de 2014. Com padrão baixo, houve uma redução superior a 70% nas operações nos últimos quatro anos, no Estado.
Iniciada anteontem, a paralisação encerra-se hoje. Porém, agentes, escrivães e papiloscopistas não descartam novas suspensões das atividades, inclusive durante o Mundial, caso suas reivindicações não sejam atendidas. Ontem, a carroça ficou estacionada em frente à sede da PF, em Cuiabá.
As principais motivações da categoria são a reestruturação da carreira com reajustes salariais, a contratação de novos servidores e melhorias das condições de serviço. “Desde 96, para o provimento de cargo é exigido pela Polícia Federal o nível superior. Mas, até hoje continua com salário de nível médio”, justificou o presidente do Sindicato dos Policiais Federais (Sinpef), Erlon José de Souza.
Segundo Souza, outras categorias como as do Ministério da Agricultura e da Receita Federal têm a mesma exigência e os aprovados em concursos iniciam o salário recebendo R$ 11.800. Este valor, conforme ele, é pago para os PFs em fim de carreira. O salário inicial é de R$ 7.500.
Outro problema sério é a falta de efetivo. “Pela extensão que Mato Grosso tem hoje deveríamos contar com 750 policiais federais e só há 350. Em Cáceres, que tem uma fronteira de 900 quilômetros com a Bolívia, só há 45 policiais federais. A fronteira está aberta”, firmou. Apenas em Cáceres, seriam necessários 250 homens.
O resultado, segundo Souza, é a redução nas apreensões nos últimos quatro anos. Entre 2010 e 2013, o número de indiciados pela PF no Estado caiu de 2.048 para 611, uma queda superior a 70%. Especificamente em relação aos indiciados por tráfico de drogas a queda é de 55% no mesmo período. Em 2010, 414 foram indiciados contra apenas 185, em 2013.
Fonte: Jornal Diário de Cuiabá
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