Utilizo avião desde 1996 e com mais frequência desde 2005. Sempre chego ao aeroporto, no mínimo, com uma hora de antecedência. Filho de mineiro, mineiro é (apesar de ser paranaense).
Tinha voo para São Paulo naquela quinta-feira, às 11h03min. Como sempre acordei as 05h30min. Acordei minha esposa para que ela levasse as crianças para a escola.
As 08 h da manhã minha filha me levou de carro para a assembleia do sindicato. Eu tinha que coordenar a assembleia que começava as 09 h. Todo o tempo um olho nos debates da assembleia e um olho no relógio para não perder o voo das 11h03min. Poderia perder o voo.
Minha filha me pegou às 10h no meio da assembleia e fomos para o aeroporto. No meio do caminho, no centro de Cuiabá, devido às obras da Copa do Mundo de Futebol, tudo ficou parado. Já eram 10h20min. A porta do avião fecharia às 10h43min.
Não pensei duas vezes. Saltei do carro que estava no engarrafamento e fui atrás de um moto-táxi. Por R$ 25,00 e já estava na garupa da moto e a galope. Os buracos e mais buracos e Cuiabá e Várzea Grande quase me jogavam para fora da moto.
Mas consegui chegar ao aeroporto. As 10h40min (três minutos para fechar a porta do avião) estava eu apresentando a tela do celular com o código QR da passagem e eu já tinha feito a checagem (check in) à noite. O funcionário passou o escâner e nada. E para piorar a internet caiu. E eu só tinha o código QR e não tinha imprimido o bilhete.
Encaminharam-me para o balcão. Lá a funcionária da empresa de avião me disse que faltava um passageiro para subir no avião e devia ser eu, e avisou pelo rádio (acho que era rádio) os tripulantes do avião para que me aguardassem para o embarque.
A moça pediu-me o número da poltrona. Afirmei que era o 5-C. Ela procurou e não achou. Pediu o localizador e eu disse que não tinha porque a internet tinha caído. Então, me pediu o documento.
Ao dar o documento ela não conseguiu achar o localizador. Só me faltava essa.
Aí para piorar ela me disse que eu não poderia embarcar. Calmamente eu disse: Como?
E ela respondeu com um sorriso: "O senhor chegou muito cedo. Seu voo é amanhã".
Aí fui perceber que era quarta-feira e não quinta-feira (o voo era na quinta).
Como sou filho de mineiro, e mineiro não perde o trem (e nem o avião), cheguei muito cedo (uma dia e três minutos adiantado) e me impediram de embarcar.
Acho que os 51 anos já estão fazendo efeito.
Pedro Aparecido de Souza
Blog do Pedro Aparecido: www.pedroaparecido.com.br
30 de março de 2014
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